Lula diz que não descarta disputar
a Presidência da República em 2018
Lula também defendeu suas viagens ao exterior custeadas por empreiteiras
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista ao
jornal Valor Econômico publicada nesta terça-feira, 27, que não descarta
se candidatar à presidência da República mais uma vez, em 2018.
"Vai
saber o que vai acontecer nesse país, vai que de repente eles precisam
de um velhinho para fazer as coisas. Não é da minha vontade. Acho que já
dei minha contribuição. Mas em política a gente não descarta nada",
disse o petista.
Em
relação às eleições de 2014, Lula avalia que Dilma "tem ampla chance de
ganhar no primeiro turno" e que ainda "é muito cedo" para falar da
candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). No
entanto, ele afirma que "jamais" pedirá a Campos que não seja candidato à
Presidência, com quem afirma ter uma relação de amizade "inabalável".
"Ele
é um jovem de 40 e poucos anos. Termina seu mandato no governo de
Pernambuco muito bem avaliado. Me parece que não tem vontade de ser
senador da República nem deputado. O que é que ele vai ser?
Possivelmente esteja pensando em ser candidato para ocupar espaço na
política brasileira, tão necessitada de novas lideranças. Se tirar o
Eduardo, tem a Marina que não tem nem partido político, tem o Aécio que
me parece com mais dificuldades de decolar. Então é normal que ele se
apresente e viaje pelo Brasil e debata (...) Acho bom para a democracia.
E precisamos de mais lideranças", afirmou.
O
petista aproveitou para alfinetar o PSDB. Disse que os tucanos "estão
sem liderança" e que o ex-governador José Serra se desgastou. "Eu
avisei: não seja candidato em a prefeito que não vai dar certo. Poderia
estar preservado para mais uma. Mas Serra quer ser candidato a tudo, até
síndico do prédio acho que ele está concorrendo agora", ironizou.
Quanto a Aécio Neves, disse que o governador mineiro " não tem a
performance que as pessoas esperavam dele".
Lula
ainda defendeu suas viagens ao exterior, custeadas por empreiteiras, e
disse que viaja para "vender confiança". "Adoro fazer debate para
mostrar que o Brasil vai dar certo. Compre no Brasil porque o país pode
fazer as coisas. Esse é o meu lema. Se alguém tiver um produto
brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo".
O
petista se recusou a fazer uma análise do julgamento do mensalão pelo
Supremo Tribunal Federal, pois prefere aguardar a análise dos recursos
da defesa, mas garantiu que fará isso após o trânsito em julgado da
ação. "Não é correto, não é prudente que um ex-presidente fique dizendo
'Ah, gostei de tal votação', 'tal juiz é bom'. Não vou fazer juízo de
valor das pessoas. Quando terminar a votação, quando não tiver mais
recursos vou dizer para você o que é que eu penso do mensalão", afirmou.
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