Analista da Conab prevê 2012 como um dos piores anos agrícolas do Rio Grande do Norte
O Rio Grande do Norte deverá registrar um dos piores anos
agrícolas da década, este ano, pressionado pela ausência de chuvas, que
vem prejudicando a atividade rural em toda a região. A projeção é do
analista de Mercado de Produtos Agrícolas da Companhia Nacional de
Abastecimento do Rio Grande do Norte, Conab/RN, Luís Gonzaga Fernandes.
De acordo com ele, só 12 por cento da área disponibilizada para o
plantio de grãos no Estado foi cultivada até o momento. O índice costuma
ultrapassar 90 por cento, no período, quando o clima é favorável.
Diante do cenário, o analista estima que haverá queda na produção, em
relação ao ano passado, mas não arrisca em quanto. As culturas de feijão
e milho serão, segundo ele, as mais afetadas. De forma global, a
produção de grãos no Estado, de acordo com levantamento realizado pela
Conab em março, deve cair 3,5 pontos percentuais.
No caso do algodão em
pluma, a queda chega a 37,5 por cento, a maior da região. Carlos
Bestetti, gerente de Avaliação e Acompanhamento de Safras da companhia,
lembra que os dados não estão atualizados, mas confirma que a tendência é
de queda no Estado. O recuo na produção torna o Rio Grande do Norte,
grande importador de grãos, ainda mais dependente da safra dos outros
estados e ainda mais vulnerável a oscilações de preço. Não é só no
Estado, porém, que haverá perdas. Nacionalmente, a produção de grãos
deverá cair 2,2 por cento este ano, segundo projeções divulgadas no dia 9
de abril, pela direção geral da Conab, em Brasília. Entretanto, segundo
o gerente de Avaliação e Acompanhamento de Safras da Conab, apesar da
retração, o volume produzido ficará dentro da normalidade. No Nordeste,
porém, a situação continua indefinida. De olho na seca, que se agrava em
vários estados, muitos produtores rurais resolveram adiar o plantio. A
Conab, que repetiu os números levantados em março para toda a região,
realizará um novo levantamento no final de abril em curso.
O cenário,
entretanto, já se desenha como um dos piores para o setor agrícola. Os
produtores rurais, entretanto, não poderão esperar muito, alerta José
Vieira Alves, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do
Estado, Faern, vinculada a Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil, CNA. O presidente da Faern declarou que nas regiões do Seridó,
Potengi e Central, animais já estão morrendo em função da seca. No Rio
Grande do Norte, 139 municípios (o correspondente a 83,2 por cento do
total) já sofrem o impacto das estiagens. Para Luiz Gonzaga Fernandes
embora o período de plantio no Estado se estenda até o final deste mês, a
safra já está comprometida. O impacto, segundo ele, será maior para o
pequeno produtor rural que planta para alimentar a família.
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