Momentos de Fato

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Analista da Conab prevê 2012 como um dos piores anos agrícolas do Rio Grande do Norte
O Rio Grande do Norte deverá registrar um dos piores anos agrícolas da década, este ano, pressionado pela ausência de chuvas, que vem prejudicando a atividade rural em toda a região. A projeção é do analista de Mercado de Produtos Agrícolas da Companhia Nacional de Abastecimento do Rio Grande do Norte, Conab/RN, Luís Gonzaga Fernandes. De acordo com ele, só 12 por cento da área disponibilizada para o plantio de grãos no Estado foi cultivada até o momento. O índice costuma ultrapassar 90 por cento, no período, quando o clima é favorável. Diante do cenário, o analista estima que haverá queda na produção, em relação ao ano passado, mas não arrisca em quanto. As culturas de feijão e milho serão, segundo ele, as mais afetadas. De forma global, a produção de grãos no Estado, de acordo com levantamento realizado pela Conab em março, deve cair 3,5 pontos percentuais.
 No caso do algodão em pluma, a queda chega a 37,5 por cento, a maior da região. Carlos Bestetti, gerente de Avaliação e Acompanhamento de Safras da companhia, lembra que os dados não estão atualizados, mas confirma que a tendência é de queda no Estado. O recuo na produção  torna o Rio Grande do Norte, grande importador de grãos, ainda mais dependente da safra dos outros estados e ainda mais vulnerável a oscilações de preço. Não é só no Estado, porém, que haverá perdas. Nacionalmente, a produção de grãos deverá cair 2,2 por cento este ano, segundo projeções divulgadas no dia 9 de abril, pela direção geral da Conab, em Brasília. Entretanto, segundo o gerente de Avaliação e Acompanhamento de Safras da Conab, apesar da retração, o volume produzido ficará dentro da normalidade. No Nordeste, porém, a situação continua indefinida. De olho na seca, que se agrava em vários estados, muitos produtores rurais resolveram adiar o plantio. A Conab, que repetiu os números levantados em março para toda a região, realizará um novo levantamento no final de abril em curso.
 
 O cenário, entretanto, já se desenha como um dos piores para o setor agrícola. Os produtores rurais, entretanto, não poderão esperar muito, alerta José Vieira Alves, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado, Faern, vinculada a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, CNA. O presidente da Faern declarou que nas regiões do Seridó, Potengi e Central, animais já estão morrendo em função da seca. No Rio Grande do Norte, 139 municípios (o correspondente a 83,2 por cento do total) já sofrem o impacto das estiagens. Para Luiz Gonzaga Fernandes embora o período de plantio no Estado se estenda até o final deste mês, a safra já está comprometida. O impacto, segundo ele, será maior para o pequeno produtor rural que planta para alimentar a família.

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